O que você está vendo - MAPA DO BLOG

Esta página mostra meus trabalhos já publicados e alguns inéditos - contos, poesias, crônicas e imagens. Também estão aqui as versões originais das letras que fiz para a banda Dose Letal. Há trabalhos do século passado e atuais.
Olhando a sua direita, estão as obras dispostas por categoria e você pode acessá-las abaixo no "Arquivo do BLog".
Também posto aqui alguns trabalhos de divulgação de amigos ou pessoas relevantes - ver "Textos Indicados", à sua direita.
Depois está a lista de obras que participaram de concursos. Estas obras já foram citadas na lista "Obras por categoria". Apesar de algumas já merecerem reescrita, foram mantidos os originais.
No fim está uma lista de links de sites que considero que valem ser visitados.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Não Mais (Blues)

UMA PRECE SEM FÉ
UM QUERER DESEJO
UM AMARGO NA BOCA
QUANDO PENSO EM SEU BEIJO
É TUDO QUE RESTA
É O QUE EU VEJO EM VOCÊ
ENTÃO ALGO EM MIM APAGA
SEM HORA OU PORQUÊ

TE TER EM MEUS BRAÇOS
EU NÃO MAIS ANSEIO
DE TODAS SUAS DÚVIDAS
TIREI MINHAS CERTEZAS
CADA MÚSICA QUE EU OUÇO
É A CANÇÃO MAIS TRISTE
E EU NÃO SEI RESPONDER
O QUE DE NÓS AINDA EXISTE;
SE EXISTE ...

MINHA VONTADE FRACA
DE VOCÊ A MEU LADO
NÃO CONSIGO TOCAR
SEU ROSTO OU SUA PELE
OUVIR SUA VOZ
SUA VOZ ME FERE

quinta-feira, 6 de março de 2008

Outra noite na Taberna - trecho do livro ilustrado "Fábulas da Noite"

Lua cheia. Sua claridade cintilava nas folhas e um rigoroso inverno castigava a região. Zoll, sempre em silêncio, observava a doçura infantil de Ariel, que brindava com cânticos as novas amizades conquistadas. Então , o jovem bardo sorve seu vinho para espantar o frio e se vira para Lucian:

- Uma trova!
- Você primeiro, bardo
- Que seja!

O fogo chegou, o choro secou
A fumaça se foi, só cinza ficou
o vento cessou, o barco parou
sim, ele era forte,
mas a onda o virou


- Sua vez!
- Está bem. Chama-se “Estações”

A inocência morre à primavera
no calor o fruto dá seu fruto
que se junta às folhas soltas no chão
para fazer do inverno seu túmulo


- Sois um bardo romântico, Lucian
- Obrigado
- Ouça! E Ariel vir-se para moça que passa a seu lado , olhando-a lascivamente:

Canto de pássaros, chocalho de serpente
É a voz de mulher com dois sons diferentes

A moça vira-se enraivecida e parte, deixando os risos para trás. Depois se viram para o terceiro à mesa, quieto até então.

- Conte-nos algo, caro Zoll
- Sim sacerdote, se não canta, conte.

Zoll ajeita-se na cadeira em silêncio. Uma brisa leve entra pela porta e tremula as chamas das velas que dançam uma melodia triste.

- Uma história... de uma amiga...

...mas agora ela senta em silêncio
a boca murmura uma prece infantil
lágrimas caem, joelhos doendo
pede por quem um dia partiu

Décadas a passar
sóis se pôr, levantar
e ele nunca retornou
e nela a solidão
– mais que a vergonha –
aflorou

Sentada em sua cama
observa
sua desonra e humilhação
refletidas na lâmina
que espelha seu rosto
e se agita em sua mão

Não pensa em correr
- para onde fugir
do que se é ou se fez
Se o inevitável se faz vir
então seja agora!
no frio metal
repousa a resposta

Pois, uma órfã de Deus
por quem o Sol não brilha
tem menos a perder
do que a própria vida.

Então Zoll levanta-se em silêncio e não o percebem partir
E na taberna mais nenhum riso foi ouvido na noite.

Correnteza (Country)

CORRE O RIO
CORRE O RIO E NÃO ME TRAZ
CORRE O RIO
CORRE O RIO E NÃO ME TRAZ
UM LUGAR PRA ESTAR SÓ
E ENCONTRAR MINHA PAZ
UM LUGAR PRA PENSAR
SEM FANTASMAS POR TRÁS
CORRE O RIO
CORRE O RIO E NÃO ME TRAZ
CORRE O RIO
CORRE O RIO E NÃO ME TRAZ
UM MEIO DE ESQUECER
OS ERROS QUE COMETI
UM MEIO DE ESQUECER
TODO O MAL QUE HÁ EM MIM

Vendaval (Blues)

MINHA VIDA AGORA RODA DE BAR EM BAR
E NUM MAR DE VINHO EU VOU ME AFOGAR
SÓ EU SEI
O PORQUÊ
E PRUM SUBMUNDO QUALQUER ME MUDAR
LADRÕES, MENDIGOS, PUTAS, CABARÉS AO LUAR
EU TB
SOU ASSIM
FOI O QUE SOBROU DE MIM DEPOIS DO VENDAVAL
VOCÊ SOPROU MAIS FORTE DO QUE DEU PRA AGUENTAR

VISTO UM DIA, CALÇO O OUTRO, TODA MANHÃ
PASSO AS HORAS, DISPO OS MESES NO MEU VARAL
NADA VAI
SE PRENDER
SEM DIGNIDADE, UM LUGAR, UM PAÍS
SEM UM CAIS DO PORTO, CAMA QUENTE, RAIZ
COMO UM CÃO
A CORRER
UIVANDO ALTO E SÓ DEPOIS DO VENDAVAL
VOCÊ SOPROU MUITO MAIS FORTE DO QUE DEU PRA AGUENTAR

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Gaiola (Blues)

CANTAR
NÃO CONSIGO
SORRIR
NÃO CONSIGO
SENTIR
EU MAL POSSO
VIVER
SONHAR
EU NÃO QUERO
DORMIR
NÃO CONSIGO
SENTIR
MUITO MAIS
DE VOCÊ
NÃO POSSO MAIS VIVER ASSIM
NEM ME ESCONDER NA ESCURIDÃO
NÃO POSSO MAIS ESQUECER DE MIM
MINHA VIDA A CANTAR
SÓ BEM LONGE DE TI
SEM TUA MÃO A FREAR
O QUE ESTÁ POR VIR
MINHA MENTE RECLAMA
MAS SUA VOZ ME PROFANA
ENTÃO ME ARRASTA PRA CAMA...

Prodigal Son (Folk)

PLEASE, MUM,
GET ME OUT OF HERE,
TAKE ME BACK HOME

PLEASE, MUM,
GET ME OUT OF HERE,
BRING ME BACK HOME

I JUST CAN’T STAND
I JUST CAN’T STAND
`CAUSE THIS PLACE
DOES NOT BELONG TO ME
NOR ANYONE
NOR ANYTHING I SEE
SOMEONE GET ME OUT OF HERE
FATHER, PLEASE,
TAKE ME BACK HOME
SOMEONE GET ME OUT OF HERE
MUM, PLEASE,
TAKE ME BACK HOME.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Canção do Carrasco

Peço meu carrasco
na hora do cadafalso
espere mais um pouco
vi minha filha ali chegar ;
Minha menina veio me ver
com o rosto abaixado
de vergonha e me recusa
em seu singelo olhar.


Não, não tenho dinheiro,
não, não tenho ouro,
se eu tivesse então
aqui estaria outro;
Não conheço quem manda
e sem família importante
se não a essa hora
estaria bem distante.

Mãe.... , vc veio ?
reze por minh`alma
qu`ela vá com calma
e não deixe mágoa;
Pai ? perdoe-me por tudo
que por nada te perdôo
o que esperou de mim
tanto aqui me trouxe .

Agora sinto a corda
roçar o meu pescoço
vai apertar forte
já perco o raro ar;
Não tenho sobrenome
a mim ninguém conhece
se acaba meu legado
meu nome aqui perece.

(Inspirado em "Gallows Pole" de Page & Plant)