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Esta página mostra meus trabalhos já publicados e alguns inéditos - contos, poesias, crônicas e imagens. Também estão aqui as versões originais das letras que fiz para a banda Dose Letal. Há trabalhos do século passado e atuais.
Olhando a sua direita, estão as obras dispostas por categoria e você pode acessá-las abaixo no "Arquivo do BLog".
Também posto aqui alguns trabalhos de divulgação de amigos ou pessoas relevantes - ver "Textos Indicados", à sua direita.
Depois está a lista de obras que participaram de concursos. Estas obras já foram citadas na lista "Obras por categoria". Apesar de algumas já merecerem reescrita, foram mantidos os originais.
No fim está uma lista de links de sites que considero que valem ser visitados.

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Aterramento

Cai por terra
tudo que aprendi
que li
que estudei,

Ao te ver parada tabuleiro de bala cara suja roupa rasgada vendendo doce sorriso amargo olhos vazios barriga vazia


Joga-se ao vento tudo
que se prometeu
se escreveu
se discursou
palestrou

Ao te ver solto na esquina cheirando cola olhos vítreos dentes de bicho eletricidade nas artérias pulsando postura de Deus com a morte em gatilho dançando em uma de suas mãos

Cai no esquecimento
tudo o que se planejou
se projetou
não se realizou

Ao te ver leve pluma na rua pedindo esmola malabares com bola boca aberta de fome mãos suplicantes batendo no vidro do carro que sobe a parede de vidro

Cai por terra tudo que fiz
Que senti
Que amei,
Ao te ver encolhido num canto sujo
Feio,
frio,
imundo
Imóvel, rijo, parado,
Duro e mudo.


Afunda na lama -
TUDO;
ao me olhar no espelho e saber que durmo.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Texto indicado - Extratos da entrevista com o Poeta Luís Antônio Pimentel concedida ao Prof. Roberto Kahlmeyer-Mertens em 21/07/2007.[1] 2/2

K-M: Podemos dizer, então, que há influências da poesia ocidental em seus haicais. O senhor não se considera um purista, não é?
LAP: Não, não, não... eu fico naquela situação de reverência, mas, faço como o Issa, que respeitava o cânon estabelecido por Bashô, mas que discordava, por exemplo, do poeta não poder “estar dentro” do haicai. Issa achava que o poeta sempre deveria estar dentro do haicai; sempre conversando com os personagens. Veja só:

Com serenidade
no monte o monge olha
através da cerca.[1]

K-M: Sim, mas eu vejo aqui a figura de um sujeito. Um eu subjetivo que sustenta uma ação. Impressão que vejo mais forte em sua poesia como marca de uma postura ocidentalizante, e por mais que tenha ali a forma de haicai, que exista uma preocupação formal de fazer haicai...
LAP: Tenho a preocupação de cumprir algumas daquelas exigências do cânon estabelecido pelo Bashô segundo o qual, um haicai deve mostrar, direta ou indiretamente, em que estação ele se passa. Contudo ele exagerou, fixando tal poesia geograficamente em uma região do globo terráqueo. Um exemplo disso, Bashô vai exigir que o haicai aponte a época do ano (kigo). Apenas no Oriente, no Japão e mesmo na China, as estações do ano são temas obrigatórios da poesia. As estações lá são tão bem marcadas que no tempo que eu estive lá, faz cinqüenta anos passados (não sei hoje) a previsão do tempo vinha no calendário.

(...)

K-M: Alguma da literatura que levantei sobre o haicai fala da participação feminina nas letras nipônicas. Não no haicai, cujos mestres eram homens, mas antes, em poesias antigas ainda de influência chinesa. No tempo em que o senhor esteve no Japão, era percebida a participação feminina na literatura?
LAP: Nem tanto, mas o maior Clássico da literatura japonesa foi escrito por uma mulher: Murasaki Shikibu.[2] Ela foi o Camões japonês, um Camões de saias. Houve no Japão uma outra boa poetiza chamada Chio Kaga. Ela tem uma linda poesia que diz assim:

Bela campainha
floriu na corda do poço
e eu fui pedir água.[3]

Para não desenlaçar a trepadeira florida da corda do poço, ela preferiu ir pedir ao vizinho.

(...)

K-M: Recentemente, Claude Lévi-Strauss, o conhecido pensador belga (que, inclusive, regula de idade contigo, tendo hoje seus 98 anos) deu um depoimento muito lúcido, mas igualmente melancólico, no qual afirmava que o Brasil se confundia com um considerável período de sua vida e obra, mas que este, bem como o mundo no qual viveu, não existe mais, “era um outro mundo”.[4] O senhor sente algo parecido com relação ao Japão e aquele mundo que o senhor habitou?
LAP: Não sei se posso fazer esta avaliação, pois não tenho idéia de como é o Japão de hoje.
K-M: Permita-me, então, reformular a pergunta: o mundo em que o Pimentel viveu, os significados e referências daquele modo de existir são vigentes ainda hoje? A longevidade da qual o senhor goza em algum momento o apartou de um modo de existir como aquele que o senhor experimentou quando esteve no Japão aprendendo o haicai?
LAP: Pode parecer trivial o que vou dizer, mas... essas coisas todas... a própria vida é e tem de ser dinâmica. Não há vida onde há estagnação... a vida e o mundo do homem avançam, avançam, avançam e avançam sempre e nós temos que acompanhar...
K-M: Isso parece ser praticado pelo senhor, principalmente quando vemos suas relações e afinidades eletivas no meio literário e jornalístico. Falemos um pouco disso.
LAP: Com prazer.

(...)

K-M: Entre os jornalistas-literatos o senhor conheceu Sérgio Cid.
LAP: Conheci, foi meu amigo. Prefaciei o livro dele, você viu?
K-M: Sim. Retalhos de minha infância. Eu li este livro na escola na mesma época em que conheci o autor, em 1983, salvo engano.
LAP: Era muito bom repórter, grande caráter e muito talentoso, muito talentoso...
K-M: E o José Candido de Carvalho? Que tipo de relação o senhor manteve com ele?
LAP: O José Candido vinha todo dia aqui à Livraria Ideal; [5] participava desses nossos encontros e também era amigo do Mônaco. Uma figura extraordinária! Tenho do José Candido uma lembrança muito feliz...
(...)

K-M: Sabendo de suas controvertidas opiniões sobre alguns dos autores que já são lugar comum no meio acadêmico, gostaria que o senhor falasse um pouco da discordância, por exemplo, da avaliação que se faz do Machado de Assis como o maior escritor em língua portuguesa ao lado de Eça de Queiroz. O senhor poderia dissertar um pouco sobre isso?
LAP: Naturalmente. Discordo desta avaliação após muito ruminar. Penso que o Machado de Assis, como a maioria dos que vivem sob um domínio cultural, no caso o europeu, acabava sendo mais europeu que os ingleses e franceses. De forma que ele parece não querer, nem de longe, ligação com o popular brasileiro. Então, vivendo no Brasil e sendo um cultor da língua, um escritor erudito, ele jamais se ocupou em falar do Rio de Janeiro que via por sua janela. (Dá a impressão que em sua casa não tinha janelas). Machado não viu uma planta de nossa flora, ele não viu o carnaval, ele não viu o futebol, não viu a revolta da vacina, a rebelião da chibata, não viu nada! Ele não viu nada do Brasil! O sujeito interessado em conhecer algo do Brasil ao ler o Machado de Assis, como escritor brasileiro, fica em jejum. Não é possível que um autor fique tão alheio assim! Neste ponto, prefiro o Lima Barreto. E não estou só neste parecer, também o “Velho Graça”, meu amigo Graciliano Ramos, pensava assim. Vou contar uma história, veja você: Certa vez, encontrei na rua um colega que era secretário do Diário de Notícias e ele me disse: “― Pimentel! Você por aqui!... Não quer dar um pulinho ali na livraria para abraçar o Velho Graça!?” (Graciliano fazia ponto numa pequena livraria ali no centro do Rio). Daí, fomos lá e conversávamos com o Graça, quando chegou o Machado, aquele que é autor de A morte da porta-estandarte...
K-M: Aníbal Machado.
LAP: Isso! Aníbal Machado, que era um gozador, pícaro, um provocador e disse: “― Ô Graça! Você já soube que está sendo considerado o novo Machado de Assis? Como você se sente?” Em resposta: “― Me sinto muito mal. Pois o Machado de Assis não sabe fazer diálogos, coisa que até o José Lins sabe.” Quer dizer, ainda sobrou uma farpa para o José Lins do Rêgo, (risos) presenciei isso...
[1] Nodokasa ya/ kakima wo nozoku/ yama no sô.
[2] Murasaki Shikibu (973-1014) pseudônimo de uma poetisa, novelista e serva da corte japonesa na Era Heian, cujo nome verdadeiro é desconhecido. Escreveu no período em que a linguagem oficial ainda era a chinesa; seus diários relatam que por vontade de sua mãe, recebeu uma educação como a dos homens, o que era contrário aos costumes da corte. Murasaki é autora dos Contos de Genji, e de uma compilação que traz 128 de seus versos, publicados postumamente.
[3] Asagao ni/ tsurube torarete/morai mizu.
[4] LÉVI-STRAUSS, Paixão pelo Brasil, 2007. pp. 40-43.
[5] Tradicional livraria fundada há mais de 70 anos em Niterói situada no assim chamado Calçadão da Cultura, que é ponto de encontro de literatos, artistas e intelectuais das diversas Academias de Letras e do Grupo Mônaco de Cultura. Carlos Silvestre Mônaco é livreiro, proprietário da Livraria Ideal e promotor cultural; tendo sido premiado como intelectual do ano em 2006 por indicação das diversas Academias de Letras do Rio de Janeiro.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Texto indicado - Extratos da entrevista com o Poeta Luís Antônio Pimentel concedida ao Prof. Roberto Kahlmeyer-Mertens em 21/07/2007.[1] 1/2

ROBERTO KAHLMEYER-MERTENS: No intuito de ambientar nossa conversa sobre o haicai, sugeriria que o senhor falasse um pouco do período em que morou no Japão.
LUÍS ANTÔNIO PIMENTEL:[2] É com prazer que falarei sobre este período. Eu iria para lá e não voltaria mais para o Brasil, pois estávamos numa época turbulenta, era o Estado novo. Getúlio Vargas amansava o terreno para a ditadura, nessa marcha os integralistas ameaçavam tomar o poder com um golpe que estava sendo preparado e se dizia que: “ ― Cabeças voariam sobre cabeças”. Uma das cabeças que estava para voar era a minha, que combatia o integralismo.[3] Eu tinha amigos dentro do integralismo que me informavam: “―Você é já marcado. Gosto de você, você é amigo e é dos meus, mas não posso lhe defender se a coisa estourar, pois sabem que você é do PC e ataca de frente o integralismo.” Foi quando tive a chance de uma bolsa de estudos de dois anos no Japão. Assim, saí daqui em 1937, quando os integralistas ameaçavam a famosa passeata dos cem mil; na época se passava nas praças e se ouvia em todo lado: “― Anauê!, anauê!”.[4] Pois bem... cheguei no porto de Yokohama no dia 02 de maio e no Japão fui locutor da rádio de Tokyo em língua portuguesa em ondas curtas que transmitia para o mundo inteiro.
K-M: Sei.
LAP: Em 27 de novembro daquele ano, Getúlio dava um golpe inibindo as pretensões dos integralistas. Daí eu pensei comigo: “―Saí de uma ditadura, para cair em outra”. Assim fui ficando pelo Japão. Pois mesmo que este não fosse uma república federativa, não fosse um país socialista, era um país civilizado e eu era persona gratissima lá. (Posso dizer que tinha mais popularidade em Tokyo do que tenho em Niterói). Eu brincava com os japoneses dizendo assim: “―Eu sou a numerosa colônia do Brasil!”, porque era um brasileiro no Japão, contra um milhão de japoneses no Brasil. Eu era um para um milhão... (risos).
K-M: Poderíamos dizer que este período de afastamento do Brasil foi um auto-exílio?
LAP: Foi um exílio voluntário, motivado por um espírito de defesa. Os integralistas cresciam dia a dia, fardados pela rua em camisas verdes falavam em outra noite de São Bartolomeu. Tendo a chance, parti para o Japão.
K-M: O senhor é apontado como um dos responsáveis pela recepção do gênero haicai no Brasil, ao lado de Olga Savary, Helena Kolody e, mesmo, o Guilherme de Almeida, um pouco antes. Como foi seu primeiro contato com a poesia haicai?
LAP: Eu gostaria de registrar isso, pois há uma imprecisão aí. Alguns dizem que a primeira notícia que se tem do haicai no Brasil é dada no livro Miçangas de Afrânio Peixoto.[5] Bom, tenho o livro e vou trazer para você ver... nem de longe se fala de haicai, tampouco de poesia japonesa. A primeira vez que tive contato com haicai eu tinha 14 ou 15 anos, foi na primeira edição em língua portuguesa de O tesouro da juventude. Se você tiver chance de consultar esta edição verá lá haicais traduzidos por Manuel Bandeira, mas todos com “pé quebrado”[6]... Ali, Bandeira mostrava o haicai mas não explicava o que era, apenas apresentava e não havia um estudo sobre ele. Daí, quando fui para o Japão, com meus vinte e cinco anos (dez anos depois daquele primeiro contato) tive a sorte de conhecer um grande poeta japonês que tinha estado no Brasil com o pai, que era Chargé d’affaires.[7] (Na época em que nosso país ainda não tinha representante diplomático, esse cargo seria o de um “encarregado de negócios”, como se fosse um Cônsul). Seu nome era Horiguchi Daigako (que significa “Grande escola”, “Universidade” em japonês) e, conversando, ele me mostrou, explicou o que era o haicai. Eu disse que não saberia fazer haicais, pois as palavras japonesas eram pequenas, quase monossilábicas como as do chinês. Daí, ele interessado em me ensinar, disse: “ ―Pimentel, como você tem coragem de me dizer isso?! Veja só na minha língua a palavra eu: watakushi (4 sílabas); a palavra. você: wanatá (3 sílabas). É uma língua em que existe sinônimo para pronomes, e pronomes de tratamento cada um para um caso específico. Então, não me venha falar em dificuldade”. Foi com ele que eu aprendi um pouco sobre a história do haicai, suas normas... foi com ele que eu soube que havia os mestres do haicai e com ele conheci a obra de Bashô. (Eu algum dia ainda vou escrever a biografia do Bashô, com os detalhes da vida dele que foi um sujeito extraordinário).[8]

(...)


K-M: Após isto tudo, podemos dizer que foi preciso o senhor ir ao Japão ter essas vivências para passar a fazer haicai não só lá, mas também aqui no Brasil. O que nos permite afirmar que mais que recepção, seu trabalho se serve da fonte japonesa do haicai.
LAP: Da fonte, sim.

(...)
K-M: Tenho observado, Pimentel, nas leituras que venho fazendo de suas poesias e também nos poemas de Bashô e de Issa...[9]
LAP: Issa vem um século depois.
K-M: Correto, mas podemos entender uma filiação entre ambos.
LAP: Sim. Podemos, podemos...
K-M: Observo principalmente em Bashô elementos diferentes de sua poesia haicai. Vejo uma poesia sem qualquer tipo de afecção subjetiva, ao contrário do que se vê em alguns de seus haicais, nos quais se presencia a figura do poeta na condição de um eu lírico. É o poeta que canta a beleza da boca da mulher; do corpo da musa; da emoção da lágrima, na metáfora do pingo de orvalho. E outro elemento que identifico freqüentemente: características e figuras de linguagem que em muito lembram a estética romântica e a simbolista. Por exemplo, no segundo caso, o místico, ícones do cristianismo e a presença do branco como cor mencionada predominantemente nas poesias. Isso seria o caso de sua poesia ou traço do haicai em geral?
LAP: Alguns destes símbolos estão muito ligados ao sentimento búdico, outros são transgressões mesmo. De certo modo, essas já se vêem na poesia do Issa. Ele se distancia da poesia de Bashô como também venho me rebelando. Veja só, introduzi o haicai onomástico, que Bashô não faria; o haicai erótico, que está fora do cânon de Bashô; o haicai engajado, panfletário, que Bashô não faria, pois para ela o haicai tem que se referir aos fenômenos da natureza e das suas coisas belas e suaves, nunca as coisas penosas e tristes.

(...)

[1] Confira texto integral em KAHLMEYER-MERTENS, R.S. Diálogo com Luís Antônio Pimentel. In: Verdade-Metafísica- Poesia. Niterói: Nitpress, 2007 (no prelo).
[2] Luís Antônio Pimentel (1912 - ): Poeta, professor e memorialista nascido em Miracema/RJ. Tendo sido aluno bolsista em intercâmbio no Japão, residiu lá entre os anos de 1937-42, familiarizando-se com o haicai ao ter contato com autoridades como Hagiwara Sakutarô e Takamura Kôtarô. Pimentel é um dos precursores do haicai no Brasil, responsável pela divulgação desse estilo de poesia ao lado de Olga Savary e Helena Kolody. Tem parte na cunhagem definitiva do termo “haicai” em língua portuguesa quando, estudante da faculdade de filosofia da Universidade do Brasil, encaminhou a Aurélio Buarque de Holanda, por intermédio do gramático Celso Cunha, o pedido de dicionarização, evitando que o termo se dispersasse em outras transliterações como hai-cai, hai-kai, haikai, haiku, hai-ku e hokku. O autor reconhece ter se permitido inovar o haicai ao tratar de temas tropicais, criando também o haicai erótico, o engajado politicamente e o étnico. Contudo, essas pequenas transgressões não corrompem o cânon estético inaugurado por Matsuo Bashô, como a rigorosa métrica e a exigência da indicação da estação do ano (Kisetsu) e dos fenômenos da natureza. Sua vasta obra literária, conta com livros como: Contos do velho Nipon (1940), Tankas e haicais (1953), Cem haicais eróticos e um soneto de amor nipônico (2004).
[3] Corrente política tradicionalista de vulto no início do século XX inspirada nos princípios Deus, pátria e família, tendo Plínio Salgado (1895 -1975) como principal articulador no Brasil.
[4] Saudação dos integralistas em língua tupi que significa “Você é meu irmão”.
[5] Cf:. PEIXOTO, Miçangas , 1977.
[6] Chama-se pé quebrado composições que não respeitam a rigorosa métrica do haicai.
[7] Citado em francês por Luís Antônio Pimentel.
[8] Jinskikiro Matsuo Munefusa (1644-1694). Nascido em uma família de samurais, Bashô (como era chamado) foi poeta e bonzo budista. É apresentado como o primeiro grande mestre do haicai, tendo estabelecido seu cânon tradicionalmente japonês. Peregrinou pelo Japão divulgando essa arte associada ao budismo, mas seus poemas só foram compilados postumamente por dois de seus contemporâneos, Hattori Doho (1657-1730) e Mukai Kyorai (1651-1704).
[9] Yataro Kobayashi (1763-1827), dito Issa. Poeta, filhos de camponeses, que e ao se dedicar ao haicai teria introduzido inovações técnicas no haicai, superado o próprio Bashô tanto em inspiração quanto em popularidade.